sexta-feira, 20 de maio de 2011

Roteiro para elaboração de Ensaio 2 ABC

I. NoçãoO ensaio escolar é um pequeno texto de análise de determinado problema, com o objetivo de identificar uma questão, discorrer sobre ela e chegar a conclusões. Um ensaio não é uma narrativa, nem uma simples descrição de fatos ou opiniões; pressupõe, antes, a análise, explicitação e interpretação dos mesmos.

II. Escolher o tema - Definir um tema ou escolher um problema: formular questões (por exemplo, um grande problema do qual saem outros mais específicos) é uma das formas mais eficientes de abordar um tema e de estruturar um raciocínio. Uma pergunta nos dá, de imediato, um ponto de partida e um objetivo (a resposta) ao qual queremos chegar. Deve-se ter o cuidado de formular uma pergunta que tenha diretamente a ver com o tema ou a obra que está sendo tratada.

III. Rascunho/plano de trabalho - O rascunho é uma ferramenta importantíssima. O plano ajuda a abordar o tema nos seus variados aspectos e a orientar a investigação. Não serve apenas para escrever o texto para depois passar a limpo, mas sim para nele escrever e anotar as ideias, selecionar os tópicos mais importantes e organizar a sequência de argumentos. Para organizar um plano de trabalho, pode-se começar por formular uma questão e identifique um objetivo (onde quer chegar).

Esta relação entre o plano e o ensaio não deve, porém, ser rígida. Pode suceder que durante a investigação ou a própria redação se verifique a necessidade de introduzir alterações ou adaptações no plano inicialmente traçado. O plano é uma rota indicativa da viagem, não um plano imutável.

IV. Investigar - Para preparar o plano, faz-se a uma investigação preliminar. Constituindo o tema uma novidade para quem escreve o ensaio, naturalmente haverá a uma pesquisa inicial que habilite para a tarefa de programar a abordagem ao tema. Neste caso e para começo, será aconselhável a opção por um artigo de enciclopédia, orientação do professor um pequeno livro ou capítulo introdutório do tema.

Depois do plano procede-se à segunda fase da investigação, a mais importante, porque programada e orientada para os objetivos já definidos, para sustentar ou refutar certos argumentos, etc.. A tarefa de investigação deve ser dirigida a recolher informação adequada para constituir o suporte da resposta a cada item planejado (bibliografia indicada, Sistema FTD de Ensino, Internet, dicionários, etc)

V. Colher e selecionar informação - O percurso da investigação conduz às notas e apontamentos relativos às fontes utilizadas. Muitas vezes se começa a escrita de esboços parciais do futuro ensaio. Mas depois há a necessidade de selecionar e ordenar a informação recolhida e o material já escrito, de acordo com a sua importância. Essa seleção deve ser feita de acordo com cada tema do plano do ensaio.

VI. Escrever o ensaio - Estudadas as fontes, tomadas as notas, selecionado o material relevante, a redação do ensaio propriamente dito, apoiada no plano elaborado, apresenta-se como o passo seguinte, o que, olhando para trás, não será tarefa difícil. O processo de escrita é algo pessoal.

VII. Ensaio com estrutura tripartite Um ensaio com estrutura tripartite, em três partes, é uma das formas mais usuais desse gênero textual. Ressalta-se que as três partes não significam “três parágrafos”, mas divisões que serão desenvolvidas no texto.

a) Introdução- Consiste na apresentação da questão a ser abordada e das várias perspectivas possíveis a tratar, deve conter os parâmetros da discussão e as questões às quais será dada resposta. Mas não deve anunciar já as respostas. Apesar de ser a primeira parte do ensaio, é o último texto a ficar pronto porque somente após desenvolver e concluir as ideias o ensaísta sabe o que será apresentado ao leitor.

b) Exposição/argumentação/fundamentação - Trata-se de expor os argumentos e contra-argumentos sobre o assunto, o qual começa pela exposição de determinada posição acerca do assunto (tese), na consideração dos pontos de vista contrários ou divergentes (antítese) e no apuramento de uma posição pessoal sobre o tema em causa (síntes).

c) Conclusão - Traduz-se num ‘ponto de chegada’, ou seja, no enunciar das ideias finais concernentes à questão abordada, que logicamente decorrem do rumo tomado no ensaio; a conclusão destina-se a sintetizar o que de mais importante se defendeu no ensaio sem, no entanto, reescrever o que já foi dito; a conclusão pode revestir a forma de “teses”, ou seja, uma sequência ordenada das várias conclusões a que se chegou sobre cada um dos temas.

d) - Rever - A última tarefa consiste em ler atentamente o texto elaborado, avaliando-o quanto à consistência do seu conteúdo e corrigindo eventuais falhas formais. Deve-se a clareza da exposição, enfim, o poder de convicção do texto. Por outro lado, deve-se cuidar da qualidade do discurso, a ortografia, a paragrafação, enfim, a qualidade do texto. Aqui é essencial o dicionário e a gramática. Os erros ortográficos e a inadequação da linguagem desvalorizam gravemente um texto.

Sugestão de leitura:

MONTAIGNE, Michel – Os ensaios – Companhia das Letras, SP, 2010.

MARÇAL, Jairo (org.) – Antologia de textos filosóficos - Secretaria de Estado da Educação do Paraná, PR, 2009

Um abraço dos profs Bel e Oda

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