sexta-feira, 12 de junho de 2009

Questões para 1A e 1B

Garotos e garotas, seguem abaixo duas propostas de questões para a avaliação em sala. Desconfiem do texto, releiam quantas vezes forem necessárias e respondam levando em consideração a objetividade, a adequação à gramática prescritiva e principalmente, o sentido do que irão escrever.

Pesquisar os links do blog relativos a Camões e à sua obra também ajudará muito na avaliação.

Leia com atenção:

119

Tu só, tu, puro Amor, com força crua,

Que os corações humanos tanto obriga,

Deste causa à molesta morte sua,

Como se fora pérfida inimiga.

Se dizem, fero Amor, que a sede tua

Nem com lágrimas tristes se mitiga,

É porque queres, áspero e tirano,

Tuas aras banhar em sangue humano. ”

(Camões – Os Lusiadas-Canto III -Episódio de Inês de Castro)


QUANDO TUDO ACONTECEU...

1320: Em Coimbra, a 8 de Abril, nasce o príncipe D. Pedro, filho de D. Afonso IV, rei de Portugal. - 1340: D. Afonso IV participa na batalha do Salado ao lado de Afonso XI de Castela, é a vitória decisiva da cristandade sobre a moirama da Península Ibérica. Inês de Castro, dama galega, vem para Portugal no séquito de D. Constança, noiva castelhana de D. Pedro; paixão adúltera e fulminante de Pedro por Inês. - 1345: Nasce D. Fernando, filho de D. Constança e de D. Pedro. - 1349 ?: Morte de D. Constança. - 1354: Influenciado pelos Castro (irmãos de Inês), D. Pedro mostra-se disposto a intervir nas lutas dinásticas castelhanas. - 1355: A 7 de Janeiro, com o consentimento d’el-Rei D. Afonso IV, nos paços de Santa Clara (Coimbra) Diogo Lopes Pacheco, Pedro Coelho e Álvaro Gonçalves degolam Inês de Castro; revolta de D. Pedro contra o pai. - 1357: Morte de D. Afonso IV; D. Pedro sobe ao trono e manda executar os assassinos de Inês de Castro. - 1361: Do Mosteiro de Santa Clara (Coimbra) para o Mosteiro de Alcobaça, D. Pedro I manda trasladar os restos mortais de Inês de Castro. - 1367: A 18 de Janeiro morre D. Pedro I, em Estremoz. Fonte do texto aqcima.

Releia o "episódio de Inês de Castro" (páginas 524 a 528) antes de responder as questões;

a) Explique o verso “Tuas aras banhar em sangue humano. ” relacionando à história de Inês de Castro.

b) Cite, diretamente do texto "episódio de Inês de Castro" (páginas 524 a 528), os argumentos de Inês para salvar a própria vida. Explique, de forma objetiva, cada um desses argumentos.

c) O texto 2 traz, resumidamente, os fatos históricos do episódio de Inês de Castro. Reflita e comente, os fatos são verdadeiros e Camões os colocou em sua poesia. Prove como o poeta “enfeita” os fatos através da linguagem e inventa passagens e falas que não estão nos registros históricos. Por que o autor de Os Lusíadas faria isso em sua opinião?

Não deixe de observar que Camões, através do eu-lírico usa a mitologia, apela para sentimentos, etc para argumentar.

Use dicionário, pesquisa na internet, anotações do caderno, mas lembre-se de indicar a fonte e de escrever apenas o que foi pesquisado e poderá ser explicado depois. Não seja aluno papagaio.


Um abraço do Mestre Oda!



Questões para 2A e 2B

Meninos e meninas, as questões (no final) serão melhor respondidas se vocês explorarem os links do blog, à direita. Poderão observar que há dados sobre Castro Alves e sua obra. Mais abaixo há uma série de notícias sobre os afrodescendestes.
Há duas perguntas aqui colocadas; uma reflexão sobre o racismo e outra sobre linguagem poética. Divirtam-se!
Fragmento de Navio Negreiro de Castro Alves


IV


Era um sonho dantesco... o tombadilho
Que das luzernas avermelha o brilho.
Em sangue a se banhar.
Tinir de ferros... estalar de açoite...
Legiões de homens negros como a noite,
Horrendos a dançar...

Negras mulheres, suspendendo às tetas
Magras crianças, cujas bocas pretas
Rega o sangue das mães:
Outras moças, mas nuas e espantadas,
No turbilhão de espectros arrastadas,
Em ânsia e mágoa vãs!

E ri-se a orquestra irônica, estridente...
E da ronda fantástica a serpente
Faz doudas espirais ...
Se o velho arqueja, se no chão resvala,
Ouvem-se gritos... o chicote estala.
E voam mais e mais...

Presa nos elos de uma só cadeia,
A multidão faminta cambaleia,
E chora e dança ali!
Um de raiva delira, outro enlouquece,
Outro, que martírios embrutece,
Cantando, geme e ri!

No entanto o capitão manda a manobra,
E após fitando o céu que se desdobra,
Tão puro sobre o mar,
Diz do fumo entre os densos nevoeiros:
"Vibrai rijo o chicote, marinheiros!
Fazei-os mais dançar!..."

E ri-se a orquestra irônica, estridente. . .
E da ronda fantástica a serpente
Faz doudas espirais...
Qual um sonho dantesco as sombras voam!...
Gritos, ais, maldições, preces ressoam!
E ri-se Satanás!...


Todo Camburão Tem Um Pouco De Navio Negreiro
O Rappa


Composição: Marcelo Yuka

Tudo começou quando a gente conversava
Naquela esquina alí
De frente àquela praça
Veio os homens
E nos pararam
Documento por favor
Então a gente apresentou
Mas eles não paravam
Qual é negão? qual é negão?
O que que tá pegando?
Qual é negão? qual é negão?

É mole de ver
Que em qualquer dura
O tempo passa mais lento pro negão
Quem segurava com força a chibata
Agora usa farda
Engatilha a macaca
Escolhe sempre o primeiro
Negro pra passar na revista
Pra passar na revista

Todo camburão tem um pouco de navio negreiro
Todo camburão tem um pouco de navio negreiro

É mole de ver
Que para o negro
Mesmo a aids possui hierarquia
Na áfrica a doença corre solta
E a imprensa mundial
Dispensa poucas linhas
Comparado, comparado
Ao que faz com qualquer
Figurinha do cinema
Comparado, comparado
Ao que faz com qualquer
Figurinha do cinema
Ou das colunas sociais

Todo camburão tem um pouco de navio negreiro
Todo camburão tem um pouco de navio negreiro


a) Por que todo camburão tem um pouco de navio negreiro? Comente a partir dos dois textos, de seu conhecimento sobre racismo no Brasil e a contextualização histórica sobre a luta dos negros contra a escravidão, o abolicionismo e abolicionistas.

b) Castro Alves escreveu o poema Navio Negreiro no século XIX, Marcelo Yuka compôs Todo Camburão Tem Um Pouco de Navio Negreiro no final do século XX. Observe a linguagem, rimas, ritmo utilizadas em ambos os textos e comente sobre as semelhanças e diferenças.
Veja o Rappa e também cenas do filme Amistad para ilustrar o poema Navio Negreiro.

quinta-feira, 11 de junho de 2009

Questões para 3A e 3B

Galera, as questões, de literatura, devem ser respondidas após a leitura de Dom Casmurro. As respostas exigem reflexão e uma boa redação e servem de orientação para a avaliação em sala.

As questões de reflexão linguística devem ser respondidas após cuidadosa leitura do problema proposto. Atenção! Observe se a resposta toma como referência a gramática Prescritiva ou a Descritiva.

Em ambos exercícios, use o dicionário, links disponíveis aqui no blog ou qualquer outro texto de apoio que julgar necessário, mas não esqueçam de citá-los em sua resposta. Dica: leia os posts anteriores, vão ajudálos muito!

CAPÍTULO CXXXV

Otelo

Jantei fora. De noite fui ao teatro. Representava-se justamente Otelo, que eu não vira nem lera nunca; sabia apenas o assunto, e estimei a coincidência. Vi as grandes raivas do mouro, por causa de um lenço, — um simples lenço! — e aqui dou matéria à meditação dos psicólogos deste e de outros Continentes, pois não me pude furtar à observação de que um lenço bastou a acender os ciúmes de Otelo e compor a mais sublime tragédia deste mundo. Os lenços perderam-se, hoje são precisos os próprios lençóis; alguma vez nem lençóis há, e valem só as camisas. Tais eram as idéias que me iam passando pela cabeça, vagas e turvas, à medida que o mouro rolava convulso, e Iago destilava a sua calúnia. Nos intervalos não me levantava da cadeira; não queria expor-me a encontrar algum conhecido. As senhoras ficavam quase todas nos camarotes, enquanto os homens iam fumar. Então eu perguntava a mim mesmo se alguma daquelas não teria amado alguém que jazesse agora no cemitério, e vinham outras incoerências, até que o pano subia e continuava a peça. O último ato mostrou-me que não eu, mas Capitu devia morrer. Ouvi as súplicas de Desdêmona, as suas palavras amorosas e puras, e a fúria do mouro, e a morte que este lhe deu entre aplausos frenéticos do público.

(Machado de Assis - Dom Casmurro)

1) O Narrador afirma, no capítulo CXXXV, que "não vira nem lera nunca Otelo" e que "estimou" a coincidência ao chegar ao teatro.

a) A qual coincidência ele está se referindo? Reflita a partir das conclusões de Bentinho.

b) Na peça Otelo, a personagem Desdêmona é inocente mas é morta por ciúmes. E quanto a Capitu? Em sua opinião, por que Bentinho afirma que ela deveria morrer e não ele? Comente e justifique com um pequeno trecho do romance.

2) Leia cuidadosamente as frases a seguir:

a) As cadeiras incoerentes lamentaram a morte das casas nubladas.

b) Nós foi no cinema com as menina.

c) Fomos à manifestação pelos direitos humanos e contra o preconceito.

d) Contratamos um adevogado para pagar menas tarifas bancárias.

e) Amigos os praia sol à dia foram naquele de?

2.1 Siga as instruções abaixo;

a) Segundo a gramática descritiva, qual (ou quais) das frases acima não ocorre(m) na língua portuguesa? Por quê? Justifique e argumente verificando a estrutura (Sujeito, Verbo e Objeto) e o significado das(s) mesma(s).

b) Qual das frases ocorre mais frequentemente em situações de fala informal? Como ficaria em uma situação de escrita formal, segundo a gramática prescritiva?

c) Segundo a gramática descritiva, qual delas pode ocorrer em situação formal e informal, na fala e na escrita simultaneamente, ainda que contenha erros segundo a gramática prescritiva?

Bom estudo, abraços do mestre Oda!